27 setembro, 2012

Abrigo '


Estranho quando você encontra abrigo no peito do seu traidor... 
Enlouquecedor quando você já não encontra abrigo em lugar algum, quando o que 'enxerga' é apenas uma tempestade de poeira, algo que irrita os olhos, cega o que chamam de razão, e atordoa qualquer tipo de emoção, a qual damos o nome de emoção ilícita, talvez para não aceita-lá... não absorve-lá... não senti-lá...
Senti-lá? 

Já é o sentir, ou não? E o que é ilícito se tratando de emoção?
Nos negamos o óbvio, mesmo quando dizemos não sentir, até neste momento, sentimos, mesmo que o vazio, mesmo que o nada, mesmo que o... mesmo que...
Aquela lágrima que insiste em escorrer pelo rosto, involuntariamente, 'lagrima inconsequente', rola pela face provando que ali há uma insensível sensibilidade a te seguir... Que me siga então, em meio a falta de razão, em meio a multidão, as vezes vazia, em meio a mim, a minha perca, ao meu tempo e ao contra-tempo...
Que eu sinta, mesmo que doa... que eu chore, mesmo que de tristeza, que eu sangre, mesmo sem nenhum corte na pele, que eu sobreviva e mantenha a minha alma com a sua essência, que seja de muletas, que seja manca, que ela vença, e que a luz se faça presente mesmo quando estiver de olhos fechados...


Val Vince...

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