04 dezembro, 2014

TAG'

É estranho tais crises de pânico, é estranho sentir a sanidade por um fio. É medonho, assustador. Perturbador. 
Tenho me sentido melhor graças ao tratamento, aos remédios. E claro, o que ouvi de um Dr. e não vou me esquecer, creio que a melhora maior seja devido a fé que estou exercitando diariamente. É sombrio o lado que se instala dentro de nós nesse embate constante contra nós mesmos, contra o tempo, contra tudo. Algumas pessoas riem quando falamos em depressão, ou quando perguntam o que houve, e como diagnosticado, passamos a informação de que se trata do psicológico. Se essas pessoas soubessem que de certa forma, se fosse uma doença como qualquer outra, com um medicamento que tratasse em dias as causas, e jamais tivéssemos tais sintomas, se soubessem o quanto isso nos faria bem. Ah, se as pessoas soubessem disso, jamais ririam.
Quando se trata do psicológico, do nosso psíquico, as coisas mudam de direção. Remédios podem aliviar, mas a cura, essa é para poucos. É algo que nos acompanhará pra sempre, e que temos que ter a atenção redobrada e viver lutando a favor de nós o tempo todo.
Acordar de repente sentindo como se sua gargante fosse apertada, o peito esmagado as mãos trêmulas e frias, uma sensação medonha de que o ar está por acabar. Palpitações, ânsias, tonturas. É horrível, lidar com isso é horrível. É sempre bom ter alguém ao lado, pra apoiar, e caminhar junto. Família, amigos, animais, um amor.
Eu assumo, e já disse inúmeras vezes para pessoas mais próximas, que eu tenho um medo horroroso de perder por completo a minha sanidade, a minha lucidez. 
Às vezes me assusto tanto com o que vejo, com o que tento compreender. 
Já ouvi que normalmente as pessoas que tem esses problemas psicológicos, são as que mais sentem, as mais intensas, seja lá no que for, de uma forma geral na vida. São as pessoas que se afogaram em desentendimentos de uma forma geral, pessoas que transbordaram suas limitações perante o ser humano. Eu, de certa forma, não discordo. É entontecedor. 
Tentamos encontrar a fórmula mágica da vida, pra vida, pra viver, pra sobreviver. Enfim, o que nos cabe? 
Temos que ir, seguir. 
Entendo os suicidas, sim, eu entendo. E admito que é preciso muita coragem para tentar tirar toda essa fobia à vida, tirando a própria vida. Mas e quem garante que seja a melhor saída? Já li muito sobre. Agradeço a Deus por ter me dado esse lado xereta, esse lado curioso de ser. Foi através dele que me amedrontei perante pensamentos iguais. Creio que toda religião tenha a sua verdade, creio que religiões estão ai para nos ajudar nessa empreitada da vida, nessa viagem. Acredito no bem, mas o mal está presente, infelizmente. Não entendo muita coisa, e estou aprendendo a não questionar. Creio em Deus e em toda essa força universal. Respeito quem pensa diferente. Afinal, o respeito de certa forma move o mundo, ou deveria mover.
Sei lá. Espero que tenha, que tenhamos dias melhores. Sei que além de mim, existem muitas outras pessoas que passam por situações semelhantes. Peço a Deus por nós.
Que as pessoas sejam melhores e mais verdadeiras, que a paz reine cá dentro de cada um de nós, e quem sabe um dia fora de nós também. Sonhar é uma dádiva.
Tudo o que eu escrevo pode nunca ser lido. Mas de uma coisa tenho certeza, foi sentido, e isso basta.
Talvez amanhã eu não esteja mais aqui. Talvez eu viva mais uns setenta anos e tenha uma lucidez "linda", leia tudo isso e caia na gargalhada. Talvez eu tenha filhos, talvez não. Talvez seja feliz, talvez não. Enfim, que eu viva, que eu tenha amigos, que eu tenha momentos bons. Que eu ressuscite planos, que lute poe meus sonhos. Que vença. Porém, essa palavrinha já me leva àquela história de que, já és um vencedor por estar aqui. Então, tá.
Sempre repito a frase daquela música que amo - a lama e o lamento não se revelam e foto. 
Quantas lágrimas podemos esconder atrás de um sorriso, se soubessem. Sorrir é remédio. Enquanto conseguimos levar tudo isso com um sorriso nos lábios, levamos com mais leveza pesos ensurdecedores.
Conhecer o interior de cada ser é para quem tem coragem de mergulhar nas profundezas do desconhecido sem temer o que pode encontrar.
Fé e muita luz a todos nós!


Val Vince'

08 novembro, 2014

Cacos'

É tão gostoso quando nos encontramos em um texto, numa letra de música, numa frase. 
Amei esse texto do Vitor, estou assim, vidro.


"Os dias tem sido difíceis, e eu de vidro. Nem preciso mais do décimo nono andar para me quebrar novamente, qualquer queda ultimamente tem feito grandes estragos. Não sei o que me falta, se é motivação, se é fé, sei que enquanto caminho me perco. 
Perdido em meus silêncios, escrevo para amenizar a dor, a vida por mais bonita que seja parece não ser suficiente, estou exausto, mesmo assim continuo caminhando. 
Parar é desistir e desistir nunca foi saída, muito menos refúgio. 
Estou recolhendo meus cacos enquanto sangro."

Vitor Ávila

05 novembro, 2014

Eu toco'




Eu quero tocar a lua, então se querer é poder, eu posso tocá-la...
Eu vou tocá-la...
Basta-me fechar os olhos, e exercitar a minha fé, pois é ela quem me move... 
Muitas vezes não precisamos tirar os pés do chão para sentir o infinito... 

Val Vince...'

28 outubro, 2014

Acreditando'

Sem palavras...'

Que cotidiano é esse que, quando me penso serena, vejo-me com pena de um alguém que nunca vi? Que horas são essas que se fazem tenebrosas por conta de uma visão abstrata de seres humanos catando vida pelas esquinas? Que dança do além é essa em que um alguém convida ninguém pra nada? A velocidade dos instantes já nem é tão veloz assim. O fim parece enfim ter um sentido de fim no próximo minuto. Um absurdo que se faz luto nos dias, nas manhãs de pessoas descrentes de amanhãs. Um rito de egoísmo exacerbado aqui, uma porção de indiferença ali, e o cardápio da frieza ao próximo está consumado. Um rolar de dados parece ser caminho onde, se der número par, é um foda-se. Mas se der ímpar, é foda-se ao quadrado. Não existe justificativa alguma para tamanho descaso, para tamanha overdose de vazios para um outro, qualquer que seja este outro. Há de se ter um pouco, pouquinho mesmo que seja, de uma comiseração que enseja vontade. Uma verdade que extrapole qualquer preguiça do espírito e realce uma coragem e razão de ser chamado de ser, por enquanto, humano. Porque, a se considerar uma possibilidade de tempos cinzas, os seres zumbis poderão ser maioria. Um tiro na alegria, o desmaio da consciência, a morte da emoção. Uma erupção de desesperanças emerge, e agora nem prece salva. Faço então, minha parte. Um olhar que diga que o verbo amar não morreu. Um sorriso na ponta dos lábios, onde até os menos sábios encontrarão esperança. Uma palavra que não cansa, mas que diz o motivo de tudo: Deus!Que Ele nos ilumine. Que todo recomeço seja um tropeço que não deu certo.
Então seguimos. Tentando, fazendo, acreditando.

Danilo Cezar Rodrigues

27 outubro, 2014

Abismos'

Aquele momento em que um certo medo toma conta, um descontrole que atordoa qualquer mente lucida, embriagando-a de uma forma tão insana que nos sentimos engolidos pelo chão. Não é um diluir, é um cair. Uma queda brusca, um abismo que engole desmedidamente, sem luz, sem ar. Uma sensação doída, e também doida. O corpo, a mente, a alma. Tudo sente.
Aquela água parada  transbordou, eu transbordei. Eu explodi tudo o que estava me implodindo.
Assim me senti há uma semana atrás. Assim fui medicada, pois o corpo não aguentou. Ouvir que tudo, que todos os sintomas são emocionais, de certa forma alivia, mas atordoa também. Pois é como um amigo me disse um dia, conseguimos dopar o corpo, mas alma, nunca. E tristeza, eu tenho comigo que mata sim.
É complicado esse lado de sentir tudo tão intensamente. Acreditava que estava curada desse lance de levar tudo a sério demais, mas percebi que, ainda me dói muitas coisas. Porque aqui, dentro de mim, acho que são realmente desnecessárias. Mas, o que me cabe diante de tudo o que passei, além de prosseguir, seguir, ir. Buscando aquele equilíbrio diário, e infelizmente lutando pra aceitar as coisas como elas são. Sei lá. Enfim... É uma loucura certos questionamentos, tudo é por acaso? Nada é por acaso? Tem que ser assim? Tinha que ser assim? Escolhemos nosso destino ou somos escolhidos por ele? Muitas e muitas interrogações, e eu hoje, apenas quero paz. Mas sim, eu acredito que de certa forma, certos acontecimentos são inevitáveis, mesmo não entendo... entende? 
Só quero paz, preciso de paz, aqui dentro. Preciso sentir o sol, encontrar aquele sorriso no brilho dos meus olhos, preciso de vida na minha vida, do banho de chuva, uma tarde contemplando o por do sol, a chegada da lua. Natureza, universo, preciso dessa força, da fé. 
Preciso continuar me amando, e cuidar de mim.
Nesses momentos nos sentimos como aquela criança que só quer o colo de mãe, e como ele é confortante. Como é maravilhoso poder dormir de mãos dadas sentindo o amor verdadeiro, e uma segurança que é de ventre. 
Mães são anjos. Pais também. Saudade do meu... 

Val Vince...'

22 outubro, 2014

Precisando faxinar'

Estou fazendo uma faxina.  Limpando a casa. Cuidando de mim. 
Plantando flores.  Escrevendo versos. 

Esquecendo amores.  Lutando em silêncio.  Fazendo prece.  Cantando ao vento. 
Trocando a roupa.  Mudando de rua. 
Tirando as tralhas.  Tapando as brechas
Revendo a vida. Colocando cortinas.  Botando fé. Contando os dias.  
Praticando um desapego que não tem mais fim.
Estou resistindo sóbria.  Catando o resto. Confiscando a esperança.  Incomodando a ausência.  Estou decretando falência da tristeza.  Esperando boas novas.  Fazendo balanço para ver se ficou um sonho incompleto que compense os dias escuros.
Estou me livrando de tudo que acarreta luto.  Soprando o dia.  Pisando na lua.  

Comprando chuva. Guardando o sol para aquecer o inverno. 
Estou fazendo tudo para ser feliz.
Ita Portugal

É assim'

Tudo muda o tempo todo no mundo. Pois é, e como muda, como o vento que ajeitou também bagunçou tudo para uma nova arrumação.
Ando meio ansiosa, andei meio surtada, andei mal, mal de alma, sabe? Quando você acumula, acumula, e transborda. Foi assim, transbordei, me assustei. Nada é por acaso, sendo assim, vamos seguir a vida e tentar entender e ajeitar o que der. Tem que dar. Algumas coisas precisam se ajeitar, ou não? Prefiro acreditar que sim. 
Ainda está tudo meio confuso, na verdade nesse momento falo de tudo ao mesmo tempo. E a única certeza que tenho agora, é que preciso de paz.
Com relação ao "sol", aquele que há um tempo falei, e citei que talvez fosse só aquilo e nada mais, então, parece que foi só isso mesmo, mas valeu, mesmo sem entender muitas coisas, posso afirmar que foi bom, e eu tive mais uma certeza sobre mim, ainda acredito em contos de fadas... Se isso é bom ou ruim, ainda não sei.
No mais, a vida precisa me dar uma trégua, sempre que acredito estar na linha, vejo que estou fora dos trilhos. É como se fosse desafiada o tempo todo, e com isso percebi também que sou mais fraca do que imaginava. Tá difícil, mais uma vez ando desacreditada. 
Passa? Creio que sim, tudo passa de uma forma ou de outra, mas... poxa vida. 
Vamos lá, afinal, o sol nascerá amanhã, como todos os dias.
Força menina!

Val Vince...

06 outubro, 2014

Afogar'

Gostei...'



"(...) Ontem me disseram que alguma coisa estava diferente em mim, me disseram que meus olhos costumavam mostrar mais determinação. Eu sorri por um momento e não respondi. Sorri porque foi patético. Eu perdi o jogo, me entreguei e aceitei o xeque-mate, cansei de jogar com as pessoas. É um jogo viciante e sem fim. Não consigo mais me enganar, e nem encontro razões para continuar. Eu mudei sim, estou cansado, e quem nunca esteve? Não encontro mais meu velho eu, ou motivos para trazê-lo de volta à superfície. Me deixei afogar. Nada consegue expressar em detalhes o que acontece por trás das nossas vidas, e o que nos faz acreditar que é a hora de entregar as cartas. A gente apenas sabe. Na verdade, sabemos quase todas as respostas para as perguntas que temos, mas as verdades são dolorosas demais para serem aceitas."

_Sean Wilhelm

01 outubro, 2014

I'm lost


Estive meio perdida nesses últimos dias, estou perdida, perdida nos dias, nos horários, perdida na dimensão. Falta me. Falta.
Completamente perdida. E no meu caso, nessas horas começa uma garoa e vem a tempestade. Agora, me resta esperar o arco-íris. Embora faça um bom tempo que eu não o veja. 

Sim, ando triste. Sim, ando desacreditada. Sim, sou humana.
Porém, grata a Deus e as pessoas. Segurando na mão da fé, tentando aceitar o que não entendo, afinal, nada é por acaso, não é?

Medo de perder o tempo do tempo no tempo do tempo. Parece confuso, eu sei.

A minha maior vontade é de ver sorriso nos meus olhos, novamente. Mas ainda assim, independente da dor, das dores, os meus lábios continuam, e de alguma forma, continuarão a sorrir.

Val Vince

19 setembro, 2014

Deus'

Deus,
Peço-te:
Interpreta-me.
Não leia apenas as minhas palavras;
Elas são poucas,
Frágeis,
Quebradiças.


Cá, dentro, tem um mundo:
(Quase sempre)
Inabitado.
(Quase sempre)
Incompreensível.


Sei que habitas no secreto,
Nos dias em que não há;
Nos cantos intocáveis,
Nos acontecimentos invisíveis.


Por favor, peço-te:
Cubra-me!
Cubra me,
Com o teu silencioso cuidado.
E eu me abrigarei na confiança,
De que sempre estarás comigo.


_Luciana Leitão

Angustia'

De repente sensações assombrosas, é ela, a angustia.
Bate sem dó, chega sem avisar. Aquele aperto no peito, aquele gosto de sal na face.
É um entranhado de não sei o que e o por que está aqui. Chega a noite, e a companhia  continua.
Parece um convidado de honra, mas de que honra? Apavora, até que salga para aliviar o que não se sabe.
Que definição é essa? O não saber?!
Um nevoeiro se faz num céu estrelado onde logo a lua sorrirá. 
Mas e esse aperto que chega a dar medo? 
Por que me angustias, angustia?


Ando cansada demais, ando fugindo do que possa me cansar ainda mais. Quero leveza, e tentar é o caminho que escolhi.

Tenho preferido meus silêncios, que muitas vezes gritam desconcertantemente.

Ah que saudade do mar...'

Val Vince'

15 setembro, 2014

Pensamentos ao vento'

Às vezes, o que importa não é "no que acreditam ou desacreditam", mas sim, em que "você acredita." 
O que te dá sentido a vida, o que te arrepia a pele, cala a alma. Sua consciência é o que te dá paz ou te deixa numa guerra constante. Mantenha ela leve, é possível.
Meias verdades, meias mentiras não existem. Ninguém vive de metades.
Acredite mais em você e tire seus sonhos da U.T.I.



Foi esse meu pensamento hoje enquanto voltava de Limeira.

É tão estranha e ao mesmo tempo boa a sensação que tenho de refletir dentro de um ônibus, as paisagens, as pessoas, enfim... já falei sobre isso outro dia. Mas me é bom. 

Val Vince'


10 setembro, 2014

Viagens'

Lendo um post de uma amiga, sobre decepção... eis que...


Traição, mentiras, falsidades, dissimulações... 

Sempre que de alguém próximo afetivamente, vai machucar. Vai doer, e sangrar sem sangue é ainda mais doido. Com o tempo a gente anestesia, mas não cura. Dá pra suavizar a ferida. Dá pra tentar deixar lá naquele comodo onde as emoções são cobertas pelo pó do tempo. E entrar lá hora ou outra é inevitável. Mas dá pra fechar a porta quantas vezes quiser.   As escolhas são pessoais, e algumas pessoas as quais amamos muito sempre nos decepcionarão de alguma forma. Assim como sempre decepcionaremos alguém. É a perfeita imperfeição. 
E não podemos viver nos mutilando pelas escolhas que não nos cabem. É triste ver que não conseguimos curar as dores das pessoas que amamos, muito menos mostrá-las que alguns caminhos são tortuosos demais, e machucam mais quem está fora do que quem nele caminha. Claro que tem suas dores, mas é mais fácil camuflar do que aceitar ela, e felizes os que a aceitam e lutam. A vida é um sistema meio bruto às vezes, um amigo me disse isso e eu vivo refletindo sobre. Aliás, vivo refletindo sobre tudo, principalmente como algumas pessoas não conseguem viver da verdade. É tão mais simples, tão mais indolor, tão mais bonito, tão mais amor.

Enfim, sem mais viagens por hoje. Porque independente de qualquer coisa, de escolhermos um dia nublado para o nosso amanhã, ainda assim, haverá um sol que todos os dias estará lá, com sua beleza e energia única.

Val Vince...

27 agosto, 2014

...

Querendo eu posso ir além.
Queira... e vá além também.


Tempestades quase que diárias, mas, ainda estou à espera das cores do arco-íris.
E mais que isso, sei que de alguma forma virão. Eu aguardo, a pressa por horas grita desesperadamente, é o medo da falta de tempo no tempo, de perder o tempo do tempo, afinal, ele é uma constante incógnita em nós.  E nunca saberemos quando daremos o último suspiro.

Val Vince...

18 agosto, 2014

Dói muito'

Como me encontrei nessa frase de Ana Suy - Sangrar sem sangue é dolorido demais.
É uma hemorragia difícil de cessar, interna demais. 
Tenho me sentido assim hora ou outra, é complicado quando a vontade de colocar tudo no lugar num estalar de dedos não é possível na mesma velocidade com que se deseja.
Mas, mesmo com o temor que tenho com relação ao tempo, eu creio que um dia eu chego lá.


"É como se cada célula do meu corpo tivesse um coração próprio, que, partido, tenta continuar bombeando sangue e com isso só faz agravar mais e mais a hemorragia que viver me tem sido. Sangrar sem sangue é dolorido demais."
_ Ana Suy


Ontem, ao observar pela janela do ônibus algumas gotas de chuva e através dela o sol raiando lá fora, refleti sobre a inconstância do tempo, da natureza. Que ainda assim ao meu ver, é o que há de mais próximo a perfeição que pude enxergar em vida. 
Enfim, pensei sobre as inúmeras pessoas que cruzei na tarde de ontem em Aparecida do Norte, nas inúmeras histórias que cada uma tinha, tem. Na vontade de ouvi-las. 
Pensei também sobre o quanto ando assustada com tudo, com a humanidade desumanizada. Sobre como ainda consigo acreditar numa pessoa que fala olhando nos olhos serenamente, mesmo sabendo que infelizmente hoje aprenderam a mentir com o olhar, e muito bem.
Ando com medo da minha coragem em acreditar que o ser humano ainda vale a pena.
Tomara que passe, sem mais.

Val Vince...'

13 agosto, 2014

Sol'

Pode parecer clichê, mas e daí, eu gosto de clichês.
Pode parecer estranho, mas numa de tantas madrugadas um sabor diferente marcou. O tempo passou, aquela fase perturbada foi cicatrizando, tomando consistência, seria um voltando ao normal?! Talvez, não sei ao certo o que é essa tão rotulada normalidade, e como não suporto rótulos, prefiro não me cansar. Creio mais que seja a essência, a própria natureza, por mais que se desencontre dela, ela permanece ali, e certas coisas, certas euforias perdem o sentido com o tempo, o amadurecimento mesmo meio semente, vem. Ou talvez haja alguma outra explicação. Quem sabe?! Sei que acabei me reencontrando com um sentimento que descobri ainda acreditar impiedosamente, e que bom. Se é destino ou acaso, não sei. Só sei que na hora certa esse sol fez questão de iluminar meus dias, e independente da forma como foi, como é, me fez e faz uma diferença enorme. Me consolidou... me fez  colorir os dias, e deu sentido a eles. Talvez passe, talvez seja só isso, ah... mas me é, e me foi tanto, que o fato de ter me tirado os pés do chão,  já valeu a pena. E hoje, enxergo tudo de uma forma diferente. É mais fácil deixar ser leve do que viver com pesos que só levam a descaminhos. Resumindo, foi aquele bendito encontro há meios inúmeros desencontros.

Aquele sorriso que desmontou toda uma estrutura firme.
O beijo doce, que desconcertou um coração inerte, frio.
Hoje, é sede, é muita sede. É fome também.
É vontade de beber-te, de provar. 
O calor que derrete corpos, mesmo distantes, tornando-os um.
Aquele arrepio, cala-frio.
Aquela ânsia pelo ápice, pelos ápices.
O enroscar, sabe? Entrelaçar.
Desejo incontido de estar ali.
É quente. Deixemos queimar.
São apenas vontades de você.
Saudade'









Val Vince...'

10 agosto, 2014

Pai'

É um silêncio que grita. Aqui dentro hoje... está assim.
Dia dos pais e das mães é, ou deveria ser todo dia. Mas é fato que algo lá no nosso intimo desperta nessas datas, lembranças boas, ou não.
Tenho tantas recordações dele, tanto amor, e ao mesmo tempo tanta dor. Foi com ele que aprendi que a força maior está na natureza, que Deus está dentro de nós e em tudo o que nos cerca. A paixão pelas estrelas, a lua, o cheiro de mato, a chuva, o mar, os animais. Com ele tive a certeza de que Papai Noel não existia, mas achei lindo quando  me pediu para não contar para minha mãe, e deixasse ela fazer o que fazia todos os anos, colocando o presentinho pedido por mim, aos pés da arvore de natal. Ah pai, eu sou tão você.  São tantas as lembranças, há tanto de ti em mim. Aquele homem que transpirava integridade, que me ensinou que a consciência é o que nos mantem em paz, ou o mais  próximo a ela. Que caráter dignifica, mas não se vende por ai. Até o seu lado turrão, a sua vontade de fugir do mundo vez ou outra... até nisso nos parecíamos. 
Espero que um dia possa reencontrá-lo e que de alguma forma, ele me perdoe. Me perdoe por eu ter feito tantos planos silenciosos de estar mais tempo com ele, de... enfim... muito. Muito que o tempo, o destino, a vida, a morte calou. 
Muito que hoje me soa como fracasso, algo que me cabe carregar e sentir.
A vida tem me dado provas de que nada mais é do que um sopro, e ainda assim pecamos, deixando de amar e viver intensamente.
Só espero que um dia me perdoe, pois eu não me perdoei. 
Sem mais, por hoje, pai.

Val Vince...'

07 agosto, 2014

Olho calmo'

Quando conseguimos olhar, observar, enxergar com olhos calmos, passamos a entender um 'tiquinho' mais das coisas. E isso leva tempo, mas quando acontece, ou começa a acontecer, é um florescer. E entender ou compreender tudo, não nos cabe, como dizem, e como ouvimos dizer  - Somos eternos alunos, eternos aprendizes...

E depois do rancor, respirar ♪

Val Vince...

04 agosto, 2014

Descompasso


É assim, às vezes há tanto descompasso nos passos, há tanta incerteza no certo, e uma certeza "cega" no incerto.
E nesse gangorrar, sigo, incerta de minhas certezas, e certa de minhas incertezas, sabe?
Eu sei, e isso me basta. 

Val Vince...

17 julho, 2014

Respirando'

Quantas coisas acontecem o tempo todo, quantas já aconteceram, e quantas estão por acontecer ?! 
É uma infinitude de vida que passou, passa e passará até o último suspiro.
Saudade de pessoas que já não tem um coração ativo, pessoas que não poderei mais abraçar enquanto esse chão pisar, além dos sonhos. Pessoas que não sentirei o coração pulsar quando encostar o peito num abraço bem apertado, quantas despedidas, e uma a qual não consegui me despedir, não lá. Não da forma que dizem "politicamente correta", sempre soube da minha fraqueza para com isso, alias, eu sei, a dor é pessoal, é minha, e tudo o que carrego aqui, aqui estará seguro.
Há muita bagunça ainda, as vezes a vida me esmaga, e de repente me traz num suspiro rico em vida. Estranhamentos, seguir e rir, chorar e partir. Viver, sobreviver. Nada é por acaso, tudo tem um por quê. 
Por isso, insisto, persisto, e não desisto. E anjos, Deus coloca na hora certa.

Esse texto resume um pouco do meu momento.'


"Quem nunca sentiu vontade desistir e no meio do caminho  perseverou porque alguém apareceu do nada e mostrou que você deveria permanecer?
Tem gente que surge como brisa e sem perceber com leveza resgata ,e sem imaginar liberta, quando os nossos pés estão no escorregado triz do precipício.
Tem gente que abraça sem encostar, derruba o muro da nossa angústia, mostra o quão somos significativos.
Tem gente que nunca soube que me salvou, tem gente que não sabe que é anjo com asas que libertam..."

_Simone Resende


Que saudade de você, que tanto bem me fez e nem imagina... <3

Val Vince'

14 maio, 2014

Apenas choro

Eu preciso chorar, preciso chorar agora, aqui, sozinha.
Choro para tentar entender porquê perdemos pedaços todos os dias, porquê perdemos peças tão especiais em nossa vida.
Choro para tentar entender o porquê. Por que? E me vejo sem respostas numa caminhada nula de entendimentos. Viver para morrer, eis a realidade. Agora me anulei da paisagem, me anulei das maravilhas, me anulei das entrelinhas, me anulei das leis da vida.
No momento, eu apenas choro.

Eu sei que há o lado bom da vida, eu sei o que e quem tem me feito bem nos últimos tempos.

Eu sei onde queria estar, eu sei quais abraços queria receber, sei em qual abraço queria me perder.
Mas, é preciso essa entrega da dor, o descongestionar da alma.
Foram tantas perdas, insubstituíveis. Perdas,  só encontrarei novamente nas lembranças e nos sentimentos eternos que habitam em mim. Será que um dia vamos realmente nos reencontrar, e numa bem melhor? Eu prefiro continuar acreditando que sim.

Val Vince...


08 maio, 2014

Assustada'

Ainda me assusto sim. Sim eu me assusto com vídeos de execuções sendo assistidos e aplaudidos, julgados -julgadores- heróis justiceiros. Justiceiros? É apavorante os murmúrios de quem pede para que aquilo pare, mas, sabe que se tentar intervir, acabará da mesma forma. É fato que, muitas coisas já estão intragáveis, mas será que lavar as mãos com sangue consertará vidas tão quebradas em matéria de amor? Tenho minhas dúvidas. Dizem que só sabemos se puxaríamos um gatilho caso o mesmo estivesse apontado para nós, se vivenciarmos a situação. Ainda assim, tudo me é dúvida. Diz as escritas que mortes aconteciam desde sempre, haviam o que de certa forma hoje nos é mais rasgado, devido a mídia e toda a tecnologia que a abrange. Mas é triste, eu acho triste, mesmo as histórias de outrora. Não sei se a tentativa de secar com toalhas molhadas vale muito a pena. Mas, tudo me vira dúvida de novo. Tudo vira questionamento. Agora, inocentes - ou se preferirem, inocentes comprovados como inocentes - sendo mortos brutalmente. Será que a pena de morte é a solução? E se for, quantos inocentes pagarão por isso, já que somos testemunhas de tamanhas injustiças diárias, de manipulações, cinismos, falta de humanidade, quantos inocentes pagarão? E os culpados, aqueles que agem friamente em situações que nos dão paúra só de pensar, e esses, será que a morte não é um livramento? Mas se continuarem vivos, visto que tudo parece terminar em pizza nesse pais, nos seria uma ameaça constante. Ou seja, mais dúvidas e questionamentos. O fato é que, quando a goteira é na casa da gente as coisas mudam de posição, tudo é possível a qualquer um de nós. Os riscos, as atrocidades. Podemos na tentativa de sanar o mal que foi feito, acabar agindo da mesma forma, ou até de uma forma ainda pior. Enfim, qual a solução? Onde está a solução? Em quem? Em nós? Na fé, na esperança de dias melhores? E onde será que se encontram esses dias melhores, pois hoje saímos de casa pedindo proteção, e ao voltar, agradecemos. Onde está esse caminho sem pedras? Onde há esse paraíso onde todos se respeitam, vivem em harmonia e o amor é a base de tudo, onde está? Onde estamos?
Por que pais matam filhos e vice e versa, e de maneiras cada vez mais cruéis, por que? Por que estamos - de certa forma - vendo como normais as notícias diárias de tragédias que só aumentam, por que? Animais tem instintos, humanos tem instintos, mas são "considerados racionais", o que de certa forma seria, ou melhor, deveria ser o diferencial entre ambos. 

Para mim quem maltrata cruelmente um animal, tem a mesma facilidade para maltratar uma criança. Acreditava que era um Alien, mas descobri que sou humana demais para entender a desumanidade dos seres humanos.
Está cada vez mais difícil viver essa realidade que sim, me assusta. E mais uma vez... tudo vira dúvida novamente.


Val Vince...