Em mim vive uma contingência de seres perdidos,
Esquecidos, que outrora participaram de minha vida,
Que outrora se deformaram, agora, são lembranças...
Lembranças sangram quando são tocadas,
Quando a alma inquieta pressente seu momento,
Ali, triste e esquecido... Lembranças são como diamantes
Puras, ingênuas e têm seu poder de amor e sombras...
Somos o que fomos e somos diferentes mesmo assim
Somos diferentes por que somos inconstantes
Mesmo assim conhecemos o que fomos
E não deixamos de ser no fundo o que fomos...
Em mim vive o passado, o presente... e o futuro!?
Perdido no tempo sou o ápice que vinga no ego perdittus.
Sou vida e morte contidas incomensuravelmente nas linhas
De minhas lembranças... Arrancam-me toda poesia
Que dedico a mim e outros “eus”.
Inútil cessar o pensamento a lembranças que já foram
Tocadas, penetradas e violadas de tal maneira evasiva
Que meu ser apavora numa lida que alma prolifera,
Em mim, necessito ser, também, uma fera
Para acalmar meus pensamentos, minhas lembranças...
Minhas sombras que mostram as máscaras que tenho tanto usado,
Os espinhos que tanto me feriram, as esperanças
Que tanto tempo deixei de tê-las...
Para ser maior, inteiro e único e preciso viver...
Sem muitas vezes entender, é preciso viver, sentir,
Unir-se, ultrapassar, amar, querer...
Minha alma, minha poesia ri de si mesma,
Necessita de carinhos, alvitres, corpo e si mesma
Para ser grande... Única, voraz e lapidável...
Lembranças...> São belas ou tristes... Devoram pensamentos.
Conflitos se alojam em meu ser... Sou, eu? Eu-outro-eu? Eu-passado?
Eu-presente? Eu, perdido no elo e retorno ao eterno
Reencontro comigo mesmo... Separado por espelhos que adentram
Na alma e nos convertem em sombras que somos...
Sangue, alma e corpo, sentimento e dor... Flores e caos...
(Davys Sousa)
Postado em 08/11/2009
Val Vince...
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