27 outubro, 2014

Abismos'

Aquele momento em que um certo medo toma conta, um descontrole que atordoa qualquer mente lucida, embriagando-a de uma forma tão insana que nos sentimos engolidos pelo chão. Não é um diluir, é um cair. Uma queda brusca, um abismo que engole desmedidamente, sem luz, sem ar. Uma sensação doída, e também doida. O corpo, a mente, a alma. Tudo sente.
Aquela água parada  transbordou, eu transbordei. Eu explodi tudo o que estava me implodindo.
Assim me senti há uma semana atrás. Assim fui medicada, pois o corpo não aguentou. Ouvir que tudo, que todos os sintomas são emocionais, de certa forma alivia, mas atordoa também. Pois é como um amigo me disse um dia, conseguimos dopar o corpo, mas alma, nunca. E tristeza, eu tenho comigo que mata sim.
É complicado esse lado de sentir tudo tão intensamente. Acreditava que estava curada desse lance de levar tudo a sério demais, mas percebi que, ainda me dói muitas coisas. Porque aqui, dentro de mim, acho que são realmente desnecessárias. Mas, o que me cabe diante de tudo o que passei, além de prosseguir, seguir, ir. Buscando aquele equilíbrio diário, e infelizmente lutando pra aceitar as coisas como elas são. Sei lá. Enfim... É uma loucura certos questionamentos, tudo é por acaso? Nada é por acaso? Tem que ser assim? Tinha que ser assim? Escolhemos nosso destino ou somos escolhidos por ele? Muitas e muitas interrogações, e eu hoje, apenas quero paz. Mas sim, eu acredito que de certa forma, certos acontecimentos são inevitáveis, mesmo não entendo... entende? 
Só quero paz, preciso de paz, aqui dentro. Preciso sentir o sol, encontrar aquele sorriso no brilho dos meus olhos, preciso de vida na minha vida, do banho de chuva, uma tarde contemplando o por do sol, a chegada da lua. Natureza, universo, preciso dessa força, da fé. 
Preciso continuar me amando, e cuidar de mim.
Nesses momentos nos sentimos como aquela criança que só quer o colo de mãe, e como ele é confortante. Como é maravilhoso poder dormir de mãos dadas sentindo o amor verdadeiro, e uma segurança que é de ventre. 
Mães são anjos. Pais também. Saudade do meu... 

Val Vince...'

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