É um silêncio que grita. Aqui dentro hoje... está assim.
Dia dos pais e das mães é, ou deveria ser todo dia. Mas é fato que algo lá no nosso intimo desperta nessas datas, lembranças boas, ou não.
Tenho tantas recordações dele, tanto amor, e ao mesmo tempo tanta dor. Foi com ele que aprendi que a força maior está na natureza, que Deus está dentro de nós e em tudo o que nos cerca. A paixão pelas estrelas, a lua, o cheiro de mato, a chuva, o mar, os animais. Com ele tive a certeza de que Papai Noel não existia, mas achei lindo quando me pediu para não contar para minha mãe, e deixasse ela fazer o que fazia todos os anos, colocando o presentinho pedido por mim, aos pés da arvore de natal. Ah pai, eu sou tão você. São tantas as lembranças, há tanto de ti em mim. Aquele homem que transpirava integridade, que me ensinou que a consciência é o que nos mantem em paz, ou o mais próximo a ela. Que caráter dignifica, mas não se vende por ai. Até o seu lado turrão, a sua vontade de fugir do mundo vez ou outra... até nisso nos parecíamos.
Espero que um dia possa reencontrá-lo e que de alguma forma, ele me perdoe. Me perdoe por eu ter feito tantos planos silenciosos de estar mais tempo com ele, de... enfim... muito. Muito que o tempo, o destino, a vida, a morte calou.
Muito que hoje me soa como fracasso, algo que me cabe carregar e sentir.
A vida tem me dado provas de que nada mais é do que um sopro, e ainda assim pecamos, deixando de amar e viver intensamente.
Só espero que um dia me perdoe, pois eu não me perdoei.
Sem mais, por hoje, pai.
Val Vince...'
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