Creio que já deva ter escrito sobre isso várias vezes, mas outra vez é sobre isso que tenho refletido.
Tive mais uma crise na madrugada de quarta de cinzas, todos aqueles sintomas horríveis e a sensação única de ser abraçada pela morte. A luta pelo equilíbrio e meia hora de tortura. Passou.
Não tenho sabido lidar com tudo isso. É incrível alguns pontos de vista, e ainda assim me torturo tentando entender, compreender. Mas logo, silêncio.
Agora quando me perguntam como estou, uso aquela frase - Estou bem -. Ela serve para que não tenhamos que explicar o porque não estamos tão bem assim, e também de ouvir coisas que nos deixem ainda mais desanimados. Participo de um grupo no Facebook, de pessoas com os mesmos transtornos, ali pude ver como existem pessoas com os mesmos problemas que eu, e até em situações piores. Fico me questionando os porquês de tudo isso, de tanta angustia, desanimo, dores. Nenhuma resposta.
Nunca sabemos quando será dado o último suspiro, e não nego, embora não apareça, tenho me esforçado bastante para me animar, mas sem sucesso. É de 0 a 100 em questão de segundos. O animo vem e vai, volta a vontade de diluir-me apenas, sem dor, não mais existir. A impressão é a mesma de sempre, não caibo aqui. Não caibo em lugar nenhum. Me sinto um aliem, logo me sinto humana demais. De repente quero lutar, não desistir, correr atrás dos meus sonhos.
Enfim, estou nesses dias turbulentos novamente. E acreditem, não é porque eu quero, ninguém quer acordar no meio da madrugada sentindo uma mão no pescoço te sufocando, formigamentos pelo corpo todo, muita falta de ar, desconforto no peito, e demais sintomas assustadores. Eu não quero, eu não suporto ouvir que isso é drama, graça. Por isso hoje prefiro o meu silêncio e o grupo onde encontro pessoas na mesma situação que eu.
Uma certeza que tenho é que vou partir, talvez em breve, talvez daqui há muitos anos. E nada, nada levarei desse mundo, não levarei status, não levarei dinheiro. Acredito que por isso devamos ser bons, e semear a bondade. Por isso devemos ser de verdade. Por isso devemos "ser" até o fim. Quem não quer ser feliz? Quem não quer paz? Eu quero, Eu quero muito, queria que existisse um xarope que em poucos dias a Valéria de 15 anos atrás renascesse. Com aquele brilho nos olhos, e som o riso de esperança vivo, sempre vivo.
Sei lá, muita confusão, muito cansaço, muita dor na alma. Mais uma vez minha alma está de muletas.
Sábado tenho consulta, vamos ver o que acontece, acredito em Deus e na medicina. Acredito em mim, e espero vencer tudo isso, de verdade.
Sem mais...
♪ O vento balançou meu barco em alto mar ♪