28 outubro, 2014

Acreditando'

Sem palavras...'

Que cotidiano é esse que, quando me penso serena, vejo-me com pena de um alguém que nunca vi? Que horas são essas que se fazem tenebrosas por conta de uma visão abstrata de seres humanos catando vida pelas esquinas? Que dança do além é essa em que um alguém convida ninguém pra nada? A velocidade dos instantes já nem é tão veloz assim. O fim parece enfim ter um sentido de fim no próximo minuto. Um absurdo que se faz luto nos dias, nas manhãs de pessoas descrentes de amanhãs. Um rito de egoísmo exacerbado aqui, uma porção de indiferença ali, e o cardápio da frieza ao próximo está consumado. Um rolar de dados parece ser caminho onde, se der número par, é um foda-se. Mas se der ímpar, é foda-se ao quadrado. Não existe justificativa alguma para tamanho descaso, para tamanha overdose de vazios para um outro, qualquer que seja este outro. Há de se ter um pouco, pouquinho mesmo que seja, de uma comiseração que enseja vontade. Uma verdade que extrapole qualquer preguiça do espírito e realce uma coragem e razão de ser chamado de ser, por enquanto, humano. Porque, a se considerar uma possibilidade de tempos cinzas, os seres zumbis poderão ser maioria. Um tiro na alegria, o desmaio da consciência, a morte da emoção. Uma erupção de desesperanças emerge, e agora nem prece salva. Faço então, minha parte. Um olhar que diga que o verbo amar não morreu. Um sorriso na ponta dos lábios, onde até os menos sábios encontrarão esperança. Uma palavra que não cansa, mas que diz o motivo de tudo: Deus!Que Ele nos ilumine. Que todo recomeço seja um tropeço que não deu certo.
Então seguimos. Tentando, fazendo, acreditando.

Danilo Cezar Rodrigues

27 outubro, 2014

Abismos'

Aquele momento em que um certo medo toma conta, um descontrole que atordoa qualquer mente lucida, embriagando-a de uma forma tão insana que nos sentimos engolidos pelo chão. Não é um diluir, é um cair. Uma queda brusca, um abismo que engole desmedidamente, sem luz, sem ar. Uma sensação doída, e também doida. O corpo, a mente, a alma. Tudo sente.
Aquela água parada  transbordou, eu transbordei. Eu explodi tudo o que estava me implodindo.
Assim me senti há uma semana atrás. Assim fui medicada, pois o corpo não aguentou. Ouvir que tudo, que todos os sintomas são emocionais, de certa forma alivia, mas atordoa também. Pois é como um amigo me disse um dia, conseguimos dopar o corpo, mas alma, nunca. E tristeza, eu tenho comigo que mata sim.
É complicado esse lado de sentir tudo tão intensamente. Acreditava que estava curada desse lance de levar tudo a sério demais, mas percebi que, ainda me dói muitas coisas. Porque aqui, dentro de mim, acho que são realmente desnecessárias. Mas, o que me cabe diante de tudo o que passei, além de prosseguir, seguir, ir. Buscando aquele equilíbrio diário, e infelizmente lutando pra aceitar as coisas como elas são. Sei lá. Enfim... É uma loucura certos questionamentos, tudo é por acaso? Nada é por acaso? Tem que ser assim? Tinha que ser assim? Escolhemos nosso destino ou somos escolhidos por ele? Muitas e muitas interrogações, e eu hoje, apenas quero paz. Mas sim, eu acredito que de certa forma, certos acontecimentos são inevitáveis, mesmo não entendo... entende? 
Só quero paz, preciso de paz, aqui dentro. Preciso sentir o sol, encontrar aquele sorriso no brilho dos meus olhos, preciso de vida na minha vida, do banho de chuva, uma tarde contemplando o por do sol, a chegada da lua. Natureza, universo, preciso dessa força, da fé. 
Preciso continuar me amando, e cuidar de mim.
Nesses momentos nos sentimos como aquela criança que só quer o colo de mãe, e como ele é confortante. Como é maravilhoso poder dormir de mãos dadas sentindo o amor verdadeiro, e uma segurança que é de ventre. 
Mães são anjos. Pais também. Saudade do meu... 

Val Vince...'

22 outubro, 2014

Precisando faxinar'

Estou fazendo uma faxina.  Limpando a casa. Cuidando de mim. 
Plantando flores.  Escrevendo versos. 

Esquecendo amores.  Lutando em silêncio.  Fazendo prece.  Cantando ao vento. 
Trocando a roupa.  Mudando de rua. 
Tirando as tralhas.  Tapando as brechas
Revendo a vida. Colocando cortinas.  Botando fé. Contando os dias.  
Praticando um desapego que não tem mais fim.
Estou resistindo sóbria.  Catando o resto. Confiscando a esperança.  Incomodando a ausência.  Estou decretando falência da tristeza.  Esperando boas novas.  Fazendo balanço para ver se ficou um sonho incompleto que compense os dias escuros.
Estou me livrando de tudo que acarreta luto.  Soprando o dia.  Pisando na lua.  

Comprando chuva. Guardando o sol para aquecer o inverno. 
Estou fazendo tudo para ser feliz.
Ita Portugal

É assim'

Tudo muda o tempo todo no mundo. Pois é, e como muda, como o vento que ajeitou também bagunçou tudo para uma nova arrumação.
Ando meio ansiosa, andei meio surtada, andei mal, mal de alma, sabe? Quando você acumula, acumula, e transborda. Foi assim, transbordei, me assustei. Nada é por acaso, sendo assim, vamos seguir a vida e tentar entender e ajeitar o que der. Tem que dar. Algumas coisas precisam se ajeitar, ou não? Prefiro acreditar que sim. 
Ainda está tudo meio confuso, na verdade nesse momento falo de tudo ao mesmo tempo. E a única certeza que tenho agora, é que preciso de paz.
Com relação ao "sol", aquele que há um tempo falei, e citei que talvez fosse só aquilo e nada mais, então, parece que foi só isso mesmo, mas valeu, mesmo sem entender muitas coisas, posso afirmar que foi bom, e eu tive mais uma certeza sobre mim, ainda acredito em contos de fadas... Se isso é bom ou ruim, ainda não sei.
No mais, a vida precisa me dar uma trégua, sempre que acredito estar na linha, vejo que estou fora dos trilhos. É como se fosse desafiada o tempo todo, e com isso percebi também que sou mais fraca do que imaginava. Tá difícil, mais uma vez ando desacreditada. 
Passa? Creio que sim, tudo passa de uma forma ou de outra, mas... poxa vida. 
Vamos lá, afinal, o sol nascerá amanhã, como todos os dias.
Força menina!

Val Vince...

06 outubro, 2014

Afogar'

Gostei...'



"(...) Ontem me disseram que alguma coisa estava diferente em mim, me disseram que meus olhos costumavam mostrar mais determinação. Eu sorri por um momento e não respondi. Sorri porque foi patético. Eu perdi o jogo, me entreguei e aceitei o xeque-mate, cansei de jogar com as pessoas. É um jogo viciante e sem fim. Não consigo mais me enganar, e nem encontro razões para continuar. Eu mudei sim, estou cansado, e quem nunca esteve? Não encontro mais meu velho eu, ou motivos para trazê-lo de volta à superfície. Me deixei afogar. Nada consegue expressar em detalhes o que acontece por trás das nossas vidas, e o que nos faz acreditar que é a hora de entregar as cartas. A gente apenas sabe. Na verdade, sabemos quase todas as respostas para as perguntas que temos, mas as verdades são dolorosas demais para serem aceitas."

_Sean Wilhelm

01 outubro, 2014

I'm lost


Estive meio perdida nesses últimos dias, estou perdida, perdida nos dias, nos horários, perdida na dimensão. Falta me. Falta.
Completamente perdida. E no meu caso, nessas horas começa uma garoa e vem a tempestade. Agora, me resta esperar o arco-íris. Embora faça um bom tempo que eu não o veja. 

Sim, ando triste. Sim, ando desacreditada. Sim, sou humana.
Porém, grata a Deus e as pessoas. Segurando na mão da fé, tentando aceitar o que não entendo, afinal, nada é por acaso, não é?

Medo de perder o tempo do tempo no tempo do tempo. Parece confuso, eu sei.

A minha maior vontade é de ver sorriso nos meus olhos, novamente. Mas ainda assim, independente da dor, das dores, os meus lábios continuam, e de alguma forma, continuarão a sorrir.

Val Vince