26 janeiro, 2015

Sean Wilhelm'

Acho uma delícia quando me encontro numa letra de música, em um texto. Parece que algumas pessoas nos desenham inteiramente, mesmo aquela letra de música ou aquele texto tendo um fundo pessoal. Ainda assim, é como se ganham forma e voam livremente para outros lares, para outas pessoas. Ressalto sempre que, devemos deixar sempre a autoria.
Nesse texto que li hoje me vi demais. Claro, tirando a parte do cigarro, já que fumar não é comigo. 


Os médicos me disseram que eu deveria manter hábitos saudáveis se quisesse viver mais, sem cigarros e bebida. Me disseram que eu deveria me exercitar regularmente, dissipar minha energia, fazer meus pulmões trabalharem em conjunto com a laringe, traqueia, brônquios, etc. E aqui estou eu, a ilustre pessoa deitada na cama numa noite de Domingo com meias de dinossauro, inalando fumaça e escrevendo sobre o que eu não deveria estar fazendo. Dizem que a vida ensina. Os dias se vão, e eu continuo sem entender o porque de quase tudo. Eu sou o aluno ruim esperando uma suspensão. Hoje de tarde eu dormi e sonhei com uma pessoa subindo uma montanha com um pergaminho gigante nas costas, ela foi procurar o equilibro dos elementos e acabou sendo devorada por um urso pardo que a confundiu com geleia de uva. Às vezes penso que desisti há tempos, que nada pode ficar pior do que está, que ninguém pode entender aonde estou tentando chegar, mas continuo aqui, enrolado em lençóis enquanto flerto com maços de Marlboro esperando que algo aconteça ou me deixe com vontade de lutar outra vez. Deve ser mais uma daqueles fases em que nada parece estar no lugar certo. Se as pessoas soubessem quando seria seu último dia, provavelmente trabalhariam mais duro pra conhecer o mundo, outras culturas, disney, hogwarts... velejar por ai, comer gafanhotos no espeto e comprar um bonsai e um tapete indiano. Eu só queria achar o controle da TV e que a netflix parasse de me sacanear. Amanhã posso pensar diferente, talvez eu acorde feliz e o café pareça mais doce. 
Vivo nessa inconstância entre a desistência e seguir em frente.
_Sean Wilhelm 

12 janeiro, 2015

Certo que'

As minhas várias formas de olhar as "coisas", de olhar "tudo" a minha volta, em volta de tudo o que me cerca e também do que não me cerca.
Às vezes me espremo contra mim, uma amargura doce, talvez possa parecer bizarra essa definição - amargura doce - mas é assim. Pode parecer dramático, mas que seja, o que eu escrevo precisa do meu respeito e dou a ele a forma que quiser. Digo isso, pois já fui reprimida de me despir nesse sentido, eu permiti, não permito mais. É o meu mundo, não sou egoísta, mas... 
Por horas parece-me que pouca coisa me faz sentido, e que eu me perco nos sentidos que não encontro nas coisas, e até nos que encontro. 
É como se eu fosse um ser completamente distante desse planeta, e meio que tivesse caído aqui de para-quedas. Não morri com o impacto, mas sinto-me morta. Não sei como é estar onde não seja aqui, mas sinto que meu lugar é lá. E sinceramente não sei o por que. Procuro perguntas em respostas e respostas em perguntas. Por vezes encontro, outras não, tudo fica com uma interrogação e uma unica coisa a ser feita, seguir. Nesses momentos, é como se eu esperasse pela morte, mas ainda assim quisesse dar o meu sentido a ela, quero indolor, quero dormindo, não quero sofrer. Que coisa, não?!
Olho para meu passado com amor, sim, com amor... e por minutos tenho a sensação de que fui adormecida pelo tempo, mesmo tendo vivido muitas coisas, tendo muitas lembranças. Não fiz nada para deixar legado algum a ninguém. Na verdade não cuidei bem nem de mim, e ainda assim, sinto que "eu", ou "Deus" ou essa força na qual acredito, tenha me salvado muito mais que me perdido.
Hoje vivo ou sobrevivo buscando ser melhor a cada dia, e querendo apenas o que for doce e verdadeiro. As dores são inevitáveis, e às vezes o meu enlouquecer também. A verdade é que ainda não aprendi a lidar bem com isso. Sei que poderão nos machucar, mas sempre escolhem a pior forma. E isso me cega, me devora, me engole a sanidade. Não precisamos ser perfeitos, mas busquemos ser verdadeiros no minimo com as pessoas que nos querem bem, que nos fazem bem, que se importam conosco e vive-versa. 
Viver me doe muito às vezes, mas as vezes me sinto tão viva e com tantas páginas para escrever... 
Talvez me falte um amor, amor a dois, amor verdade, daquele de tirar o folego, da reciprocidade. Aquele raro. Mas, paro e penso, e meus amores tantos, que estão cá ao meu lado, dentro de mim. O amor da minha mãe, que sei, é incondicional, o amor dos meus animais, dos meus familiares, dos meus amigos. É fogo esse não entender. É doído essa forma louca de olhar a vida, é triste ser depressiva. É triste aceitar a depressão, é medonho viver a base das drogas que vem com bula. 
Porém, também reflito, tudo poderia ser ainda pior. Ou, meu Deus estou reclamando de barriga cheia.
Foda-se! A verdade, uma das existentes, é que cada dor e cada vida é pessoal demais. Que no minimo sejamos respeitados.
Que tenhamos forças para superar. Quem sabe eu viva muito, quem sabe não. Já falei sobre isso. Falo sempre.  Tenho tido momentos bons novamente, com família, com os amigos, com meus animais... quando me pego olhando a força da natureza, quando paro pra observar sem a visão da loucura que também enche meus olhos... amplifico a paz. Mas é certo que, a lama e o lamento nunca se revelarão em foto, a não ser que tenha a sensibilidade de aprofundar dentro de um olhar.  Vamos vivendo, vamos viver. Vou. É?! 
O que me falta? Talvez nada, Talvez?! 
Vou indo, nessa inconstância de gritos contidos dentro de mim que explodem em lágrimas hora ou outra. Rezando e agradecendo. Pedindo para não ter pânico, e manter a sanidade.
Lutando para que esse meu desacreditar não se faça maior que a esperança da crença em tudo.
Enfim, sem mais. To cansada de tudo no momento...

Val Vince'