31 janeiro, 2011

Egoísmo

Estranho a necessidade do ser humano de se libertar de alguém que julgava ser importante para si, de uma forma egoísta... é como se só pensasse em si a todo o momento, até no sofrimento, não tem como olhar e ver que ali do outro lado da rua existe uma alma que talvez esteja tão perdida quanto você, e que ao meio a esse desespero pode procurar abrigo no peito do seu traidor, desespero?... talvez, vejo como sentimento, por que sentimentos são loucos, mas não devem nunca, serem egoístas.
Tenho comigo algo que mais me prejudica que me favorece, sei e entendo que as pessoas pensam e agem de formas diferentes, porém dou inúmeras pistas para que me surpreendam e me conquistem de vez, para o infinito, o triste é que isso nunca dá certo, será que sou eu que arrisco demais, ou realmente não consigo fazer com que prestem atenção as minhas súplicas...
O tempo pode ser fatal quando não se sabe usa-lo... e foi isso que me aconteceu, infelizmente saboreei o pior de todos os gostos, tão cedo, tão egoísta, me senti um lixo, queria me tornar um monstro, mas para que e por que... se foi eu quem escolhi esse caminho para que obtivesse as respostas que me faltavam, me perguntas hoje se as obtive? Não sei... dói, mas não sei, sei que quero o labirinto, escuro e a beira de um abismo, quero perder-me literalmente, e   lá no fim tentar escalar mesmo que cada tentativa seja uma navalhada, a morte e a vida andam tão juntas que as vezes é imperceptível aos nossos olhos, durante a vida de certa forma morremos e ressuscitamos várias vezes... Cada uma delas achamos que estamos mais fortes, e basta acontecer de novo para perceber que é assim que as coisas funcionam, chora por que senti, e isso é o mais importante, claro que temos mais conhecimento, mas sofreremos da mesma forma, decepção mata aos poucos, mas a fênix existe dentro de você... Queria que fosse diferente, mas a burrice humana as vezes é maior que os sentimentos mais doces, jogam-se fora pessoas como se fossem objetos descartáveis...
Eu realmente me sinto tão diferente, não consigo por mais que tente me adequar a certas situações, principalmente as que me entreguei... e me enojaram com reações inaceitáveis... Mãe eu sou um Aliem... me abduza por favor...
Quero algo puro e verdadeiro, preciso ir para outro planeta... urgente...
Conquistar alguém, não é presentear, pagar a conta do restaurante, e dar uma mesada alta... isso é comprar...
Nasci para ser feita de trouxa, e acho que até por mim mesma... que Fracasso...

Trechos de um poema que me identifico...


Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei...
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.
Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.
Acenderam as luzes, cai a noite, a vida substitui-se.
Seja de que maneira for, é preciso continuar a viver.
Arde-me a alma como se fosse uma mão, fisicamente.
Estou no caminho de todos e esbarram comigo.
Minha quinta na província,
Haver menos que um comboio, uma diligência e a decisão de partir entre mim e ti.
Assim fico, fico... Eu sou o que sempre quer partir,
E fica sempre, fica sempre, fica sempre,
Até à morte fica, mesmo que parta, fica, fica, fica...
Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri. 
Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos, 
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse. 
Amei e odiei como toda gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
Vem, ó noite, e apaga-me, vem e afoga-me em ti. 
Ó carinhosa do Além, senhora do luto infinito, 
Mágoa externa na Terra, choro silencioso do Mundo. 
Mãe suave e antiga das emoções sem gesto,
Irmã mais velha, virgem e triste, das idéias sem nexo, 
Noiva esperando sempre os nossos propósitos incompletos,
A direção constantemente abandonada do nosso destino,
A nossa incerteza pagã sem alegria,
A nossa fraqueza cristã sem fé,
O nosso budismo inerte, sem amor pelas coisas nem êxtases,
A nossa febre, a nossa palidez, a nossa impaciência de fracos,
A nossa vida, o mãe, a nossa perdida vida..
Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unia razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.
Por isso sê para mim materna, ó noite tranqüila...
Tu, que tiras o mundo ao mundo, tu que és a paz,
Tu que não existes, que és só a ausência da luz,
Penélope da teia, amanhã desfeita, da tua escuridão,
Circe irreal dos febris, dos angustiados sem causa,
Vem para mim, ó noite, estende para mim as mãos,
E sê frescor e alívio, o noite, sobre a minha fronte...
'Tu, cuja vinda é tão suave que parece um afastamento,
Cujo fluxo e refluxo de treva, quando a lua bafeja,
Tem ondas de carinho morto, frio de mares de sonho,
Brisas de paisagens supostas para a nossa angústia excessiva...
Tu, palidamente, tu, flébil, tu, liquidamente,
Aroma de morte entre flores, hálito de febre sobre margens,
Tu, rainha, tu, castelã, tu, dona pálida, vem...
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia, 
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus. 
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
Basta que ela exista para que tenha razão de ser. 
Estreito ao meu peito arfante, num abraço comovido, 
(No mesmo abraço comovido)
O homem que dá a camisa ao pobre que desconhece,
O soldado que morre pela pátria sem saber o que é pátria,
E o matricida, o fratricida, o incestuoso, o violador de crianças,
O ladrão de estradas, o salteador dos mares,
O gatuno de carteiras, a sombra que espera nas vielas —
Todos são a minha amante predileta pelo menos um momento na vida.
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-rne,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
Fui para a cama com todos os sentimentos,
Fui souteneur de todas ás emoções,
Pagaram-me bebidas todos os acasos das sensações,
Troquei olhares com todos os motivos de agir,
Estive mão em mão com todos os impulsos para partir,
Febre imensa das horas!
Angústia da forja das emoções!
Raiva, espuma, a imensidão que não cabe no meu lenço,
A cadela a uivar de noite,
O tanque da quinta a passear à roda da minha insônia,
O bosque como foi à tarde, quando lá passeamos, a rosa,
A madeixa indiferente, o musgo, os pinheiros,
Toda a raiva de não conter isto tudo, de não deter isto tudo, 
Ó fome abstrata das coisas, cio impotente dos momentos,
Orgia intelectual de sentir a vida!
Sinto na minha cabeça a velocidade de giro da terra,
E todos os países e todas as pessoas giram dentro de mim,
Centrífuga ânsia, raiva de ir por os ares até aos astros
Bate pancadas de encontro ao interior do meu crânio,
Põe-me alfinetes vendados por toda a consciência do meu corpo,
Faz-me levantar-me mil vezes e dirigir-me para Abstrato,
Para inencontrável, Ali sem restrições nenhumas,
A Meta invisível — todos os pontos onde eu não estou — e ao mesmo tempo ...
Ah, não estar parado nem a andar,
Não estar deitado nem de pé,
Nem acordado nem a dormir,
Nem aqui nem noutro ponto qualquer,
Resolver a equação desta inquietação prolixa,
Saber onde estar para poder estar em toda a parte,
Saber onde deitar-me para estar passeando por todas as ruas ...
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos, 22-5-1916)

Val Vince...

28 janeiro, 2011

O meu Eu

Acredito em duendes, fadas, gnomos. Bruxas e até em papai noel...
Amo animais, natureza, família, amigos, música, doces, salgados, agridoces, frio e chuva... Sem descartar a beleza imensurável do mar, e do sol, mas nesse caso gosto de sentar-me a sombra e observar, me banhar, me limpar naquele sal que purifica...
Amo o conhecido, e o desconhecido, pois ele me fascinará e me fará correr riscos...
Amo o preto, o branco, a bichinha, a sapatão, a transex, a travesti, o heterozinho também...
Amo a liberdade de poder dizer o que penso, o que quero, amo a aventura, a lucidez e a embriagues, mas procuro não confundi-la com estupidez...
Amo os sorrisos sinceros, e até os amarelos, pois devemos tirar o melhor do pior sempre, extrair até da mais suja matéria algo bom, pois existe, tenha certeza...
Amo minhas lágrimas, minha dor, meu medo, minhas alegrias, frustrações e felicidades, meus prazeres, a adrenalina na alma, aquela que me tira o chão por segundos, e o sabor de cada um deles em meu ser...
Amo andar pelas ruas sem destino certo, sentindo o vento tocar minha face, sob a luz das estrelas, refletindo sobre tudo, até fundir-me em duvidas devastadoras e muitas delas eternas... Gosto também de me refugiar, até de mim, me enclausurar de tudo e todos, menos meus animais... eles me confortam... As vezes preciso ficar só, se não me sentirei só entre milhares de pessoas... Gosto de observar... de me fazer de boba, e ate ser boba, é inevitável quando se confia em alguém, amo me surpreender, então me surpreenda...
Gosto de ser tocada pela chuva, e cada gota faz com que me sinta viva, faz com que sinta minha alma, que as vezes sinto perdida em alguma esquina, mas que logo me encontra...
Amo a sabedoria dos que se dizem sábios, para acreditar cada vez mais em um louco, os sábios pouco sabem, um sábio jamais admitiria ser sábio com  tamanha veemência...
Sou aquela que admira, mas não idolatra, que respeita as imagens, mas que tem ciência de que devemos ver através dela...
Amo e agradeço todos os dias pelo livre arbítrio, a liberdade de expressão...
Amo "o respeitar as pessoas", porque gosto de ser respeitada, e mais que isso, o  Respeito move o mundo... não precisamos aceitar certas coisas, basta-nos respeita-las...
Amo quem não julga, mas respeito os que julgam, afinal, quem sou eu?
Apenas um ser errante em busca das verdades do mundo, e acima de tudo da paz de Espírito...


As duvidas realmente são traidoras, e podem nos fazer perder algo de muito valor por medo de tentar...
A falta de algo que está longe, que você quer perto, mas sabe que perto machuca, se machuca, os questionamentos sem respostas, as vontades, os anseios, a loucura da abstinência do que só fazia bem, da jóia rara, que não soubemos lapidar com cuidado e carinho... Queria conhecer o bichinho chamado Erro, para que entendesse ao menos 50% das das minhas dúvidas, para que resolvesse 70% dos meus problemas e solucionasse 100% da minha dor...  Hoje só quero uma passagem de ida... Para onde? Não me importa, me importa apenas ir... Se tudo isso vai na bagagem, não sei responder, mas no coração sim, porém a distância me trará de volta a mim por instantes em uma apelo sem fim...

Impossible is nothing...


Val vince

26 janeiro, 2011

Por quê?


Já ouvi falar várias vezes na cura da morte, a pessoa esta desenganada, de repente melhora e morre... Assim foi minha alegria neste inicio de semana, sei que a palavra morte é forte "em termos", mas é meu lado dramático aflorado...
Um temporal, com raios, trovoadas, granizo, ventania, todos juntos e na mesma intensidade, é assim que estou por dentro... Corroída, e certíssima da frase... Uma mentira pode dar a volta ao mundo, mas um dia encontra a verdade... Encontra, e o pior é que sempre nas piores circunstâncias, quantas vezes mais vou suportar isso... Posso ter errado, mas na primeira semana já havia sido dado o ultimato...
Rezo para não me tornar um concreto, e para que todos sejam abençoados pelo que acreditam, e que acreditem em algo... 
Enfim tenho paz no meu coração e minha consciência esta tranquila, isso me conforta, mas não me cura...
Perdão cabe a si, e não a mim...
Rezo e peço para que o futuro me mostre que realmente algo valeu a pena... Acreditar que algo valha a pena... 

Hedonismo ai vou eu... Abra os braços... 
Tanto há descobrir, viver e sentir, a busca infinita pelo entendimento não pode me impedir de abrir os olhos...



Dois em um... o mínimo que pode haver é respeito e verdade... São duas coisas que prezo, e procuro ser transparente a quem esteja comigo, talvez esse ideal seja falho de minha parte, temos ideais diferentes, mas penso assim, se não puder ser verdadeira com quem escolhi para fazer parte de mim, ou mesmo com os que considero amigos, com quem serei?
Com os outros posso ser o que quiser, e mesmo assim posso não ser a hipocrisia em pessoa... pois infelizmente, é inegável que nos ensinaram a fingir, porém fingir pra si mesma é desespero...
Vamos chorar até a última lágrima, lavar o rosto e abrir os olhos...

Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito, pode ser fácil se você ver o mundo de outro jeito...
Se não faz sentido discorde comigo não é nada demais, são águas passadas, escolha uma estrada e não olhe pra trás...
Como sempre estou mais do seu lado que você... siga em frente em linha reta e não procure o que perdeu... ♫ ♪ 

Noite de Chuva

Chuva elétrica cobre a madrugada
Cadência violeta sobre telhado que escorre
Lágrima que verte riscando, céu ao chão
Melancolia azul impressa numa paisagem
Asfalto onírico até o caminho do Sonho
Onde nada é o que salta aos olhos
E tudo não passa de um espaço curto
Entre um momento e outro
Nácreas vozes ecoam sem timbre ou tom
Rasgando o vento como flecha sem destino
Cantam insanidades e delícias nuas
Tragados pela correnteza de um beco sem saída
No borrão do vidro, rostos corados
Elevam as falas ao pudor do vinho
Delírios medidos de pureza inculta
Derramando-se pelo recinto como calor
Clarões de raios arrancando a escuridão
Ocultam deuses que se beijam e dançam
Rodopios estrondosos adornados por trovões
Tempestade de dádivas sublimes no negror da noite
Nas plácidas poças da calçada uma esperança
De um dia de Sol, que ainda não foi...

Aleksander Pushkin

Val Vince...


21 janeiro, 2011

Insônia


Completamente entregue a música do Roberto Carlos (Detalhes), Já passei por mais de trezentas músicas por esta madrugada de insônia,  Luxuria, Isabella Taviani, Nando Reis, Aerosmith, Claro Srta Pitty, dentre outros muitos, algo que amo muito, pois cada uma traz algo bom, ou ruim, enfim me sinto viva através da música...
Viajei por vários lugares vários momentos, um deles nesta madrugada, onde apaguei a realidade por pelo menos duas horas, um branco, se me fez bem? No momento sim, mas a realidade bateu a porta, alias entrou gritando, "ei, estou aqui"... e ai foi só abrir os olhos.
Detalhes... que música gostosa, eu gosto de Roberto Carlos, muito, principalmente de vê-lo cantar.


Detalhes 

Não adianta nem tentar me esquecer
durante muito tempo em sua vida eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois
são coisas muito grandes pra esquecer
e a toda hora vão estar presentes
você vai ver
Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
e isso lhe trouxer saudades minhas, a culpa é sua
o ronco barulhento do seu carro
a velha calça desbotada ou coisa assim
imediatamente você vai lembrar de mim
Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido
palavras de amor como eu falei, mas, eu duvido
duvido que ele tenha tanto amor
e até os erros do meu português ruim
e nessa hora você vai lembrar de mim
À noite, envolvida no silêncio do seu quarto,
antes de dormir você procura o meu retrato
mas na moldura não sou eu quem lhe sorri
mas você vê o meu sorriso mesmo assim
e tudo isso vai fazer você lembrar de mim
Se alguém tocar seu corpo como eu, não diga nada
não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada
pensando ter amor nesse momento, desesperada, você tenta até o fim
e até nesse momento você vai lembrar de mim
Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada
do tempo que transforma todo amor em quase nada
mas quase também é mais um detalhe
um grande amor não vai morrer assim
por isso, de vez em quando você vai
vai lembrar de mim
Não adianta nem tentar me esquecer
durante muito e muito tempo em sua vida eu vou viver

Roberto Carlos




Estou um pouco atonita por causa desta insônia que me persegue... a mente não desliga, mas sinto o meu corpo clamando...
Descanse... 

Val Vince...

19 janeiro, 2011

Ciclo

O Ciclo da Vida é fascinante, por mais que saibamos mais reclamar que agradecer, quando nos deparamos com o real valor que temos e com cada detalhe que possuímos dentro de nós, vemos o quanto realmente somos importantes, e a tudo o que acontece a nossa volta, é como os pontos que se interligam, fazendo e dando sentido as coisas... somos assim, a natureza é assim, os animais são assim, embora alguns "doentes", os chamo assim pois não consegui outra definição, não consigam olhar para um animal e ver que da mesma forma que ele, ele respira, tem um coração e suas necessidades... isso é triste, mas quem garante que não faça parte do Ciclo da Vida a existência infeliz de tais pessoas... e assim como os carros que se colidem e se destroçam, se não cuidarmos da nossa máquina chamada corpo, isso também há de acontecer, "somos um brinquedo de certa forma", e se mal cuidado quebramos com a mesma fragilidade, digo interna e externamente.
O triste do Ciclo é como ele termina, embora comecemos a morrer a partir da fecundação, pois ali já há vida, e a ela o destino é a morte, que seja depois de 100 anos de seu nascimento, mas é o inevitável, e a maior de todas as certezas, daí a diante, vem várias discussões que englobam religiões, crenças, e seus afins, mas não quero falar sobre isso...
Queria apenas frisar a importância de ser o que se é... Esse ser chamado Ser Humano, racionalmente irracional muitas vezes, mas enfim Humano... Que loucura... e que lindo também... é estou meia esquisita já percebi.
Por fim, os caminhos, as pessoas que nos aparecem, e que parecem de alguma forma estarem ligadas a nossa história, pois em meio a milhares de pessoas, as vezes o olhar para uma já diz que ali tem um "que a mais", uma ligação a mais, e vai explicar de onde vem isso, é fascinante, e muito bom, digo até pelas pessoas que aparecem em nossa vida para nos fazer o mal, não só o bem.
Os amores que damos, que não damos, eu reconheço que sou muito falha nisso, em dizer eu te amo, melhorei um pouco, mas um pouco...
A família, unida e desunida, os amigos que se conquista e que se perdem, os que se mantêm, os colegas que são imensuráveis, mas são pessoas que de alguma forma te fazem ou fizeram bem, como no trabalho, na escola, já parou pra pensar em quantas pessoas já passou pela sua vida em diferentes fases... muitas. 
O tempo vai passando e você percebendo as vitórias e as derrotas, na maioria das vezes gostaria de que fosse um rascunho para poder passa-lo a limpo, mas não adianta, o que está feito, tá feio, só resta aceitar, e se acendeu a luz e viu que tudo estava uma bagunça, limpa-la mesmo que lentamente, e recomeçar, essa é a palavra que te seguirá pelo infinito, enquanto há vida, há uma forma de recomeçar sempre...
Felicidades, alegrias momentâneas, amizade, paixões, amores, desamores, desabores, aventura, ódio, loucura, fome, sede, gula, ansiedade, descaso, depressão, arrependimento, coragem, força, fraqueza, alguns sentimentos dos inúmeros que nos consomem, ou nos consumiram em algum momento da vida...
Se fosse fácil, se tudo fosse fácil, se alguns dos conselhos realmente fossem seguidos, pelo menos em minha vida teriam feito muita diferença... mas foram as minhas escolhas que me levaram onde estou hoje. Agradeço muito por muitas delas, pois sei que me salvei mais que me perdi, mas me perdi para me encontrar, e provar o sabor dos risco do arriscar.
Tanto a descobrir ainda, a conhecer, a cada dia que passa reconheço que nada sei, que nada sabemos, e que muito pouco vemos, e que precisamos nos doar mais, sem a necessidade de receber em troca...
Cansei, mas agradeço a todas as pessoas que passaram direta ou indiretamente em minha vida, algumas deixaram saudade, outras apenas lembranças, magoas, alegrias, algumas levaram muito de mim, não sei se com elas ou para o além... mas minha alma agradece por apenas terem registrado algum momento no meu museu da Vida... que terá ainda muita coisa se Deus quiser, e se eu acertar os caminhos e se estiver no caminho... Cair e levantar, e recomeçar até onde der... ah louca...


Vi o texto abaixo por ai e gostei...

Desvendando pessoas
Adorno as pessoas com amor,
Não vejo diferenças,
Vejo semelhanças,
Universos de lembranças,
Silêncios,
Inseguranças,
Mistérios no olhar,
Paisagens construídas vida após vida,
( pois temos vidas em demasia , mais

talvez do que se gostaria...)

É preciso observar e absorver,
Todos,
Em todo lugar, 
Com alma, com calma, 
(Viajar) 
Nos caminhos, nos carinhos 
Chegar perto de mansinho,
(Procurar) 
Pedacinho por pedacinho,

Talhar,
À sentimentos, o arquear das faces num sorriso...
Adentrar,
As salas, os cômodos, os destinos...

(até alçar-se à íntegra parte da metade)

Marcos André Carvalho Lins 













Val Vince...

17 janeiro, 2011

Mudança

MUDANÇA


Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a
velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com
atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.

Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais... leia outros livros.

Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.

A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.

Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,
outro creme dental...
Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos
óculos, escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.

Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light, mais prazeroso,
mais digno, mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena !!!
Clarice Lispector 



Nem desistir nem tentar, agora tanto faz...

Val Vince...


16 janeiro, 2011

Perdoar


Eu me lembro do primeiro post do ano... Eu querendo paz, e janeiro já me veio com um Tsunami, Mas melhor começar do que terminar com um... Será?

Escolhas, caminhos...
Se pudesse sentar ali na beirada, ficar horas observando tamanha imensidão...
Me sinto em uma encruzilhada, completamente perdida, somando prós e contras, riscos, sentimentos, o quanto seria egoísmo persistir, o quão seria bom persistir, como melhorar, mudar, acreditar, perdoar, o que será fraqueza, o que será coragem, os por quês... 
Falei com a mãe de um amigo a uma hora atrás, e fiquei ainda mais triste... Escolhas benditas, malditas escolhas...

Eu queria saber, queria mesmo...


Perdoar alivia, diminui o sofrimento e 
melhora a qualidade de vida...


Perdoar é caminhar através da dor.  
É aprender a conviver com o imperfeito e aceitar o outro como ele é:  
um ser humano e não divino, alguém que pode pisar na bola. 
Pode não cumprir o que se espera dele. 
Para perdoar é fundamental enxergar o outro como um todo. 
É preciso separar o erro que foi cometido daquilo que é maior naquela pessoa. 
Ele cometeu um erro, não é o erro. 
A capacidade de perdoar não é um talento nato, 
é uma coisa que você desenvolve ao longo da vida. 
Quanto mais madura a pessoa é, mais capacidade ela tem de perdoar. 
As pessoas amadurecidas toleram mais, entendem mais o que é  
um relacionamento, o que pode esperar da outra pessoa. 
Quem nunca perdoa com certeza está sofrendo. 
Deve ter uma série de situações do passado que não conseguiu resolver. 
Com o tempo, foi ficando dura, inflexível. É preciso se exercitar 
para manter a capacidade de perdoar. 
O perdão é importante pata o bem-estar mental, sim. 
O Perdão tem a ver com qualidade de vida, com estabilidade emocional. 
Tem gente que não perdoa e continua remoendo a situação por muito tempo, 
mesmo quando o outro já mudou de vida, ou nem está mais aqui. 
Essas pessoas colocam no outro a culpa por toda a sua infelicidade. 
Isso ocorre muito: a pessoa cria um algoz, um sequestrador, 
alguém que é a causa do seu sofrimento. 
Se conseguir perdoar sai do cativeiro. 
Existem passos para chegar ao perdão. 
Um dos exercícios mais importantes é se colocar no lugar do outro. 
No caso de uma traição por exemplo, a mulher pode tentar se colocar  
no lugar do homem e ver o que aconteceu, pela perspectiva dele. 
Pode ser que tenha sido um deslize, um impulso, 
uma outra necessidade que lê foi suprir. 
O que aconteceu pode ter a ver com a história anterior dele  
com outras relações amorosas,  com desejos inconscientes, 
coisas que às vezes nem o outro entende. 
Outra coisa importante nesse exercício é perceber  
como o outro está te vendo. Com certeza você está se sentindo 
traída, mas é possível que ele também esteja. 
Entender isso pode ajudar no processo. 
Às vezes a pessoa não perdoa porque, quando olha o outro, só enxerga dor. 
Esse é o problema.  
Se tudo que ela enxerga no outro é dor, é porque a dor é dela. 
A atitude do outro pode ter reavivado essa dor, mas o sentimento 
sempre esteve ali. Existem várias pessoas que puderam perdoar 
porque localizaram a origem daquela mágoa. 
Daí entenderam como essa dor chegou e se instalou com tanta força. 
Não, não é necessário perdoar sempre. 
As religiões defendem isso. Mas existe também um compromisso com a vida. 
A auto preservação é o mais importante. 
Quem perdoa o tempo todo, sem parar, pode provocar um estado 
de humilhação prejudicial à sua auto-estima. 
Antes de mais nada, qualquer pessoa tem que se respeitar como ser humano. 
Existem coisas impordoáveis, e elas são diferentes para cada pessoa. 
É preciso respeitar esses limites. 
O perdão pode ser só interno ou precisa ser colocado para fora. 
Existem situações em que é preciso externar o perdão. 
Se você não diz que perdoou, o outro pode continuar se sentindo culpado, 
e fica difícil reestabelecer um vínculo. Em outras ocasiões quando não existe 
chance de reconciliação, o perdão não precisa ser externado. 
Na hora que perdoa, sente um alívio que tem a ver com ela, não com o outro. 
É como se tomasse um banho. 
E aí pode tocar a sua vida de um jeito melhor. 

Luiz Cuschnir
°   Psicoterapeuta   °
Autor do livro: Bastidores do Amor



"O PERDÃO É SEMPRE PARA QUEM PERDOA"
Por isso, não nos contaminemos pela raiva, pela cólera e pela mágoa. Vivamos em paz e com a nossa consciência tranquila pronta para merecer o perdão das pessoas que prejudicamos com os nossos atos, palavras e pensamentos, pois somente será perdoado aquele que perdoa. Essa é a lei.
Façamos uma proposta conosco mesmo: passemos uma borracha em todos os sentimentos de mágoa que e ainda temos. Libertemo-nos do ódio, expulsemos a mágoa, perdoemos os nossos ofensores e a nós mesmos, pois todos nós necessitamos do perdão Deus ensinado por Jesus na oração do Pai Nosso.
Se Deus, a Suprema Bondade, compreende nosso erros, porque não haveríamos de entender os erros alheios?
Experimente perdoar, pois quem aprender a perdoar jamais se esquecerá, por sentir os efeitos de felicidade que advém deste fato.
Cristiane Bicca



Val Vince...